Os iratienses terão que conviver
com as enchentes para sempre ou até que ocorra alguma mudança geográfica
significativa ou se as pessoas realmente mudarem suas residências ou empresas para
outros locais, distantes do rio e num plano mais altos.
OS PROBLEMAS
Cheias do Rio das Antas com
enchentes nas pontes de ligação do Bairro Rio Bonito, D.R.E., Floresta e Vila
Nova, alagamentos das ruas e casas da Canisianas, entrada para o Nhapindazal e cheias
do Arroio dos Pereiras com alagamento em algumas ruas centrais (Rua Dr. Munhoz
da Rocha com Rua Carlos Thoms e Rua 7 de Setembro com Rua 15 de Julho).
Enchentes nestes locais
considerando chuvas normais, isto é, aquelas que ocorrem ao menos uma vez por
ano ou no máximo a cada dois anos.
OS AFETADOS:
Todos os moradores próximos ao
Rio das Antas e parte baixa da cidade, Nhapindazal, Vila Nova, Canisianas, casas
e empresas de ruas centrais (principal: 15 de julho com 7 de setembro e outras).
Alagamento em todas as pontes de acesso
aos bairros e vilas localizadas nas margens do Rio das Antas. As pontes funcionam
como uma barragem do rio, pois tem vazão reduzida e tem muita sujeira que
enroscam nas pontes criando assim represas.
OS RESULTADOS:
Pessoas desabrigadas, perdas de móveis,
roupas, comidas, riscos de doenças, proliferação de ratos e animais
peçonhentos, perdas de animais de estimação e criações, bloqueios de ruas, atrasos
ou faltas no trabalho, faltas na escola, etc..
As empresas afetadas perdem seus
estoques, ferramentas, máquinas, computadores, móveis e documentos diversos.
Maior problema é a insegurança
das famílias e o trauma por chuvas e novos alagamentos. As famílias não têm
como saber se haverá inundação ou não. Normalmente a água sobe muito rápido.
A ANÁLISE:
Levantamentos feitos através de
satélite exibem os pontos de impermeabilização, mostrando assim os perigos de
enchentes nas áreas mais baixas da cidade.
O avanço urbano sobre áreas de
cultura, de matas, nos morros, nas beiras de rios, são os maiores responsáveis
pela impermeabilização e as consequentes enchentes.
As enchentes ocorrem somente
quando temos chuvas em excesso com relação à capacidade de vazão do Rio das Antas
e do Arroio dos Pereiras. Uma análise minuciosa sobre nossa geografia e o
avanço urbano pode comprovar que a tendência é piorar.
ORIGENS DAS ÁGUAS:
- Chuvas – águas que descem dos morros e da área
central da cidade.
- Rio das Antas – corrente normal mais as águas da
chuva.
- Arroio dos Pereiras, Arroio do Seminários,
Córregos e mais as enxurradas dos morros e áreas impermeabilizadas dos bairros
e da área central.
- Relevo – Enxurradas Serra dos Nogueiras e outras
serras.
OS RESPONSÁVEIS:
Rio das
Antas
- Baixa
capacidade de vazão de água do Rio das Antas e as encostas.
- Assoreamento
do Rio das Antas.
- Falta
de áreas de alagamento para escoamento, infiltração e evaporação da água.
- As
Pontes funcionam como gargalos ou represas.
Arroio dos
Pereiras
- Aumento
do volume de água no arroio nos dias de chuva forte. São águas de enxurradas,
vindas do Ouro Verde, Jd. Califórnia, Vila São Francisco e agora do loteamento Village
Solaris.
- As
águas juntam-se com aguas da área central da cidade.
- Canalização
do Arroio dos Pereiras, limitando assim a vazão das água das chuvas e
enxurradas.
- As
canaletas do Arroio dos Pereiras estão subdimensionadas.
Alto da
Glória
- Desde
o loteamento do Alto da Glória, da impermeabilização dos terrenos, aumentou
muito a enxurrada para a Alameda Virgílio Moreira, Rua Dona Noca e a Rua. Cons.
Zacarias.
- Novo
loteamento Alto da Glória vai impermeabilizar o outro lado da Av. José
Galicioli e será responsável em aumentar o volume de enxurradas para o
Nhapindazal.
As Pontes e Canais
- Ponte –
Rua Vitoria Monte Castelo.
- Ponte –
Rua Abílio Carvalho Bastos
- Canal –
Rua João Cândido Ferreira.
- Ponte -
Ponte - Rua Pacífico Borges com Rua Água Marinha – acesso à Pedreira.
- Canal - Rua
Dr. Vicente Machado – Iraty.
- Ponte - Acesso
1 Bairro Floresta – Rua Cezário Fortes.
- Ponte - Acesso
2 Bairro Floresta – Rua Sebastião Colaço Vaz.
- Ponte - Rua
Cel. Grácia – acesso ao Samuara.
- Canal - Rua
15 de Novembro – Hotel Luiz XV.
- Ponte - Acesso
1 – Rua Cél. Sabóia - Vila Nova.
- Ponte - Acesso
2 – Rua Luciano Simões Scheffer - Vila Nova.
ORIGEM DAS OBSTRUÇÕES
- Sujeiras – sacos, sacolas, roupas,
fraldas, fios, cordas e arames, colchão, fogão, sofá, cama, pneu, armário,
ferro velho, televisão, computador, etc..
- A vazão nos canais (Arroio dos
Pereiras) muito pequena em relação ao volume de água atual e existe uma
tendência de aumento gradativo com o passar dos anos e o crescimento urbano.
- Em algumas entradas dos canais de
passagem do Arroio do Pereiras, a abertura é muito pequena a qual provoca
efeito de barragem, limitando a passagem de água e provocando assim um
alagamento.
- Entupimento de bueiros na região
central. Falta de bueiros em algumas ruas.
- Restos de construções ou reformas
residenciais – cacos de telhas e tijolos, rebocos, areia, pedra brita, madeiras,
lajotas e azulejos, pregos, latas e galões de tinta, etc..
- Caixas de mistura de massa,
ferramentas e betoneiras sendo lavadas e o resíduo sendo jogado nos bueiros,
criando assim uma crosta de cimento ou reboco, diminuindo a vazão de água nas
galerias pluviais.
- Cortes de árvores e galhos
(podas) que são jogados nas margens do Rio das Antas, Córregos, Arroios e
valas.
- Árvores e arbustos – queda das
margens do rio pela ação da água (erosão ou deslizamentos).
- Materiais em decomposição
originados pelo despejo de esgoto e animais mortos.
- Impermeabilização – Telhados de barracões
e casas, asfaltos e calçadas.
- Desmatamento da mata ciliar, de serras
e morros.
- Assoreamento por Loteamentos - Agricultura
– mecanização / erosão e assoreamento de rios e arroios.
POSSÍVEIS SOLUÇÕES:
- Acabar com o lixo urbano de
entulhos, os quais são jogados em valas, vales, córregos, margens dos rios, etc.,
instituindo multa para o infrator. Para famílias de baixa renda e de áreas de
risco, a coleta deve ser gratuita. Os moradores devem fazer o monitoramento de
despejos irregulares.
- Multa para cidadãos que fizerem
despejo ilegal de lixo. Os moradores devem fazer o monitoramento de despejos
irregulares.
- Cortes e podas de árvores não
podem ser jogados nas margens de rios e arroios ou valetas e áreas de baixadas.
Coleta gratuita pela prefeitura para famílias de baixa renda ou de áreas de
risco. Os moradores devem fazer o monitoramento de despejos irregulares. Multa
para infratores.
- Apoio ou incentivo para a criação
de jardins e hortas caseiras – aumentar áreas de infiltração de água e diminuir
calçadas – área de impermeabilização, principalmente nas áreas altas da cidade.
- Aumentar a vazão dos rios.
Limpeza e dragagem.
- Aumentar a vazão dos canais de
passagem do Arroio dos Pereiras e das bocas de entrada de água em locais onde o
arroio foi canalizado.
- Aumentar número de ruas com
pavimentação de pedras irregulares e calçadas de blocos, que permitem a
infiltração de água.
- Criação de Jardins em Praças e
Parques, canteiros centrais de avenidas. Diminuir área de concreto,
substituindo por gramados e jardins.
- Incentivo à criação de micro
bacias e represas em propriedades rurais.
- Diminuir áreas de agricultura em
locais de reserva legal.
- Fazer cumprir a Lei de área de
Mata Ciliar.
- Novas pontes, com altura e vão maiores.
- Plano mais eficiente de socorro a
vítimas de enchentes.
- Preservar e recuperar mata
ciliar, bosques e reservas florestais.
- Remoção de casas de locais de
enchente, locais críticos. Fiscalização e multa para invasores destas áreas.
- Criação de drenagens naturais –
piscinas, represas ou reservatórios.
- Uso de Cisternas como
reservatório para as águas de chuva - Residências, Empresas e Indústrias.
- Fim da exposição do solo à
erosão. Combate à erosão – Reflorestamento com árvores nativas.
- Fim da ocupação de áreas de
banhado (Preservação por Lei).
- Fim do assoreamento de rios,
riachos, córregos e baixadas.
- Limpeza de bocas de lobo, mais
bocas de lobo e aumento da vazão das já existentes.
- Barragens e muros de arrimo para
conter as água dentro do leito do rio.
- Proteger estoques de lenhas ou
madeiras, para que as mesmas não sejam levadas para dentro de Rios e Arroios e
Córregos com as enchentes.
- Uma atenção especial pela empresa
de coleta de lixo para as regiões de risco e enchentes e alagamentos. Recolher
todas as sacolas e lixo com potencial para entupimento de rios, arroios e
córregos.
- Mudança de curso de Rios. Desvio
de rios, riachos, arroios e córregos, facilitando assim seu escoamento.
- Estudos para aumentar a
permeabilidade do solo.
- Estudos das causas e elaboração
de Projetos de curto, médio e longo prazo para soluções.
- Planejamento do crescimento
urbano.
- Proibir novos loteamentos em
regiões com potencial de impermeabilização do solo e consequentes enchentes nas
partes baixas da cidade.
- Proibir novas construções em
morros e encostas do Rio das Antas.
- Proibir desmatamento de morros e
encostas do Rio das Antas.
- Recolhimento de esgotos para Tratamento
evitando despejo em arroios e rios.
- Estudar a capacidade de vazão de
canais de arroios e córregos. Ver possibilidade de aumento de vazão. Evitar subedimensionamento
de galerias. Evitar canalização de arroios e córregos.
- Projeto para o uso de bombas para
o bombeamento da água em excesso para locais de escoamento, infiltração ou
evaporação. Estudar a possibilidade da utilização de bomba móvel.
RECURSOS
Estamos relacionando sintomas e
possíveis soluções, mas nos falta conhecimento suficiente com relação às origens
de recursos, como obter recursos para implantar tais soluções, mas como
relatado pela Prefeitura Municipal de Irati, os prejuízos foram em mais de 32 milhões,
sendo assim, então talvez a obtenção de 20 milhões ou mais seja simples,
considerando os prejuízos que podem ser evitados, sem contar que ainda não
tivemos nenhuma morte e se ocorresse seria uma perda incalculável.
Muitas das soluções são de longo
prazo e algumas ainda dependem da criação de Leis e da sua respectiva
aplicação, mas devem começar o quanto antes.
CONCLUSÃO
De todas as soluções apontadas acima, talvez a mais importante seja a
conscientização da população com relação aos cuidados com o lixo,
limpeza de lotes e terrenos, não jogar lixo nas ruas, não entupir
bueiros, não despejar esgoto em rios ou córregos e servir de fiscal,
evitando que outras pessoas descumpram Normas e Leis que colocam em
risco a vida e o patrimônio de outras pessoas.
Os responsáveis são todas as pessoas que detém o poder para mudar o que outros fizeram de errado em épocas anteriores ou fazerem os devidos ajustes, pois nossa cidade cresceu e irá crescer muito mais.
Ficamos felizes por nossa cidade estar crescendo, mas tem que ser de maneira ordenada e sob controle. Todos sabem que enfrentar a natureza é uma luta dura e sempre sairemos perdendo. Precisamos aprender a conviver com ela, respeitando-a e nos ajustando.
Em breve postarei aqui uma coleção de imagens que comprovam muitas das questões acima descritas.
Abração a todos!